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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2007

GEO-4

 O Homem influencia o equlibrio do Planeta Terra

 

O quarto relatório do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) acentua como insuficientes os esforços globais na luta contra as emissões de GEE (Gases de Efeito de Estufa).

 

Na luta contra o aquecimento global, há uma “clara necessidade de agilidade”, afirma o documento, também conhecido como GEO-4 (Global Environment Outlook).

 

Os membros da equipa que elaborou o estudo reiteraram a necessidade das grandes nações industrializadas tomarem a iniciativa no processo. De acordo com estes peritos, o problema do aquecimento global pode ser maior do que se imagina, o que tornaria necessário diminuir em até 80% a emissão mundial de gases do efeito estufa.

 

Assim, embora não sejam novos, são inquietantes os diagnósticos e prognósticos do GEO-4, divulgados no final de outubro pelo PNUA. Porque, diz o relatório, “não há nenhuma grande questão levantada no documento Nosso futuro comum, em 1987, cujas tendências previstas sejam agora favoráveis”. E as conseqüências, afirma, são de “risco para a humanidade”, sobre a qual pesa a “ameaça de sobrevivência”.

 

Este relatório surge vinte anos depois da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou Comissão Bruntland) ter produzido o relatório inicial, intitulado Nosso Futuro Comum, que deu origem à cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992.

 

O documento de 1987 lançou o conceito de “desenvolvimento sustentável”, aquele capaz de atender às necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras. Conceito que continua no campo das utopias, segundo o relatório agora escrito por 390 cientistas e revisto por outros mil.

É preciso “corrigir o paradigma do desenvolvimento centrado na tecnologia”, entendem estes cientistas e o director-executivo do Pnuma e subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner.

 

Não permitir que os interesses de “grupos poderosos” continue a “influenciar as decisões políticas” e é imprescindível “deslocar o tema ambiental da periferia para o centro das decisões”. Se estas duas questões não forem aceites, “a conta que passaremos para os nossos filhos pode ser impossível de pagar”, dizem.

O documento corrobora os diagnósticos do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) e considera necessário um corte radical nas emissões de gases poluentes da atmosfera, para evitar que a temperatura planetária suba além de 2 graus, com “danos maiores e irreversíveis” no clima.

 

Mas, o que é certo é que as emissões de GEE continuam a aumentar. E “parte do progresso na redução de emissões nalguns países desenvolvidos foi alcançada à custa do mundo em desenvolvimento, para o qual a produção industrial e os consequentes impactos causados são exportados”.

Por outro lado, hoje já são usados cerca de 50 mil compostos químicos e a utilização de mais 85% estão previstos para os próximos 20 anos. A chuva ácida cresce em toda parte. E o panorama na área dos recursos e serviços naturais só se agrava, com o consumo humano já superando a capacidade de reposição em mais de 30%. Os recursos pesqueiros continuam a reduzir-se, degradam-se as terras férteis, diminui a água de boa qualidade disponível, avança a desertificação. A extinção de espécies e a perda da biodiversidade ocorrem numa progressão inédita.

O GEO-4 alerta, assim, para o facto de que vivemos além dos nossos recursos. A população mundial hoje é tão numerosa que “a quantidade de recursos necessários para mantê-la excede os recursos disponíveis... a ‘pegada’ da humanidade [ou seja, sua procura ambiental] é de 21,9 hectares por pessoa, enquanto a capacidade biológica da Terra é, em média, somente 15,7 hectares por pessoa...”.

O relatório afirma que o bem-estar de bilhões de pessoas no mundo em desenvolvimento está ameaçado pelo fracasso em remediar problemas relativamente simples que foram solucionados com sucesso em outros lugares.

O GEO-4 recorda a declaração da Comissão Brundtland de que o mundo não enfrenta crises separadas – as crises ambiental, de energia e de desenvolvimento são uma só. Essa crise envolve não apenas mudanças climáticas e fome, mas outros problemas gerados por números humanos crescentes, o aumento do consumo dos ricos e o desespero dos pobres. São exemplos:

- diminuição dos cardumes para pesca;
- perda de terra fértil pela degradação;
- pressão insustentável sobre os recursos naturais;
- redução da quantidade de água doce disponível para humanos e outras espécies; e
- risco de que o dano ambiental atinja uma situação irreversível e desconhecida.

O GEO-4 afirma que as mudanças climáticas são uma “prioridade global” que requer vontade política e liderança. Mesmo assim, o relatório identifica “uma notável falta de urgência” e uma resposta global “inconsequentemente inadequada”.

Vários países com altas taxas de poluição recusaram-se a ratificar o Protocolo de Quioto.

Diz o GEO-4: que “alguns sectores industriais desfavoráveis ao Protocolo de Quioto conseguiram desmantelar a vontade política para ratificá-lo”. E,  continua: “Mudanças fundamentais nas estruturas sociais e económicas, incluindo mudanças no estilo de vida, são cruciais para alcançar progressos rapidamente”.

publicado por bali às 01:26
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QUESTÕES LEVANTADAS PELO GEO-4

ÁGUA

A irrigação já utiliza cerca de 70% da água disponível; ainda assim, para atingir o Objectivo do Milénio de reduzir a fome no mundo, a produção de alimentos deverá dobrar até 2050. A água doce disponível está diminuído: até 2050, prevê-se que o uso da água crescerá 50% nos países em desenvolvimento e 18% nos países desenvolvidos. Afirma o GEO-4: “o fardo crescente da procura por água tornar-se-á intolerável em países com recursos hídricos escassos”.

A qualidade da água também tem declinado, poluída por micróbios patogénicos e nutrientes em excesso. Globalmente, a água contaminada é a maior causa de doenças e morte de pessoas.

PEIXES

O consumo mais que triplicou entre 1961 e 2001. As pescas estagnaram ou declinaram lentamente desde os anos 80. Subsídios geraram excesso na capacidade de pesca, estimada em 250% maior do que o necessário para manter a produtividade sustentada dos oceanos.

BIODIVERSIDADE

As mudanças actuais na biodiversidade são as mais velozes na história humana. Espécies são extintas cem vezes mais rapidamente do que o analisado a partir de registros fósseis. Estima-se que o comércio de carne silvestre na bacia do Congo, na África, seja seis vezes maior do que a taxa sustentável. Dos maiores grupos de vertebrados analisados com profundidade, mais de 30% dos anfíbios, 23% dos mamíferos e 12% dos pássaros estão ameaçados.

Espécies intrusas estranhas ao ambiente também são um problema crescente. As águas-vivas-de-pente (ou “carambolas-do-mar”), introduzidas acidentalmente no Mar Negro em 1982 por navios dos EUA, dominaram todo o ecosistema marinho e destruíram 26 portos de pesca comercial até 1992.

Uma sexta grande extinção irá ocorrer, desta vez causada pelo comportamento humano. Atender a crescente procura por comida significará intensificar a agricultura (utilizando mais produtos químicos, energia e água, além de criações e culturas mais eficientes) ou cultivar mais terras. De ambas as formas, a biodiversidade será afectada.

Um sinal de progresso é o aumento contínuo de áreas protegidas. Mas elas devem ser geridas com eficiência e criadas adequadamente. E a biodiversidade (de todo tipo, não apenas a “megafauna carismática” como tigres e elefantes) necessitará cada vez mais de preservação fora das áreas protegidas.

PRESSÕES REGIONAIS

Este é o primeiro relatório GEO em que todas as sete regiões do mundo são enfatizadas quanto aos impactos potenciais das mudanças climáticas.

 

Em África, degradação do solo e mesmo a desertificação são ameaças; a produção de alimentos per capita diminuiu 12% desde 1981. Subsídios agrícolas injustos em regiões desenvolvidas continuam a impedir o progresso rumo a cessões maiores.

 

As prioridades para Ásia e Pacífico incluem qualidade do ar em áreas urbanas, pressão sobre água doce, degradação de ecosistemas, uso agrícola da terra e crescente produção de resíduos. A provisão de água potável obteve progresso notável na última década, mas o tráfico ilegal de resíduos perigosos é um novo desafio.

 

O rendimento crescente na Europa e o aumento no número de famílias têm levado ao consumo e à produção insustentáveis, maior gasto energético, péssima qualidade do ar e problemas de transporte. As outras prioridades para a região são a perda de biodiversidade, mudanças no uso da terra e pressões sobre água doce.

 

A América Latina e o Caribe enfrentam crescimento urbano, ameaças à biodiversidade, danos nos litorais e poluição marinha, e vulnerabilidade às mudanças climáticas. Porém, áreas protegidas cobrem actualmente 12% da terra e as taxas anuais de desflorestação  na Amazónia estão reduzindo.

 

A América do Norte luta para combater as mudanças climáticas, as quais se relacionam com uso de energia, crescimento urbano desordenado e pressões sobre recursos hídricos. Os ganhos na eficiência energética perderam o efeito por causa do uso de veículos maiores, padrões de baixa economia de combustível e aumento no número de automóveis e das distâncias percorridas.

 

Para a Ásia ocidental, as prioridades são pressões sobre recursos hídricos, degradação dos ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos, gestão urbana e paz e segurança. Também preocupam as doenças relacionadas à água e a partilha dos recursos hídricos internacionais.

 

Nas Regiões polares já se notam os impactos das mudanças climáticas. A segurança alimentar e a saúde de populações indígenas são ameaçadas pelo aumento de mercúrio e de poluentes orgânicos persistentes no meio ambiente. A camada de ozono deve levar mais meio século para se recuperar.

O futuro

O Relatório GEO-4 reconhece que a tecnologia pode ajudar a reduzir a vulnerabilidade das pessoas às pressões ambientais, mas afirma que há, em certas ocasiões, a necessidades de “corrigir o paradigma de desenvolvimento centrado na tecnologia”.

 

O relatório explora como as tendências actuais podem resultar em quatro cenários por volta de 2050.

 

O futuro real será determinado em grande parte pelas decisões que os indivíduos e as sociedades tomarem agora, afirma o GEO-4: “o nosso futuro comum depende de nossas acções hoje, e não amanhã ou em algum momento no futuro”.

O dano causado por alguns problemas persistentes talvez já seja irreversível. O relatório alerta que o combate às causas profundas das pressões ambientais pode, por vezes, afectar os interesses consolidados de grupos poderosos capazes de influenciar as decisões políticas. A única forma de lidar com os problemas mais sérios é deslocar o tema ambiental da periferia para o centro das decisões: é o ambiente para o desenvolvimento, não o desenvolvimento em detrimento do ambiente.

“Houve chamados para a acção suficientes desde Brundtland. Eu espero sinceramente que o GEO-4 seja o último. A destruição sistemática dos recursos naturais da Terra atingiu um estágio em que é desafiada a viabilidade económica em todo o mundo – e a conta que passamos aos nossos filhos pode ser impossível de ser paga”, disse Subsecretário-Geral da ONU e Diretor Executivo do PNUA.

O relatório GEO-4 conclui que “enquanto se espera que os governos liderem a mudança, outros actores mostram-se igualmente importantes para garantir sucesso em alcançar o desenvolvimento sustentável. As necessidades não poderiam ser mais urgentes e a hora não poderia ser mais oportuna, a partir de nosso entendimento mais aprimorado sobre os desafios que temos pela frente, para agir agora e salvaguardar nossa própria sobrevivência e a de gerações futuras”.

publicado por bali às 01:16
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