
O governo alemão aprovou um “programa energético para a protecção do clima” que prevê a reduçäo em 40 por cento, até 2020, das emissões de dióxido de carbono, causadoras do aquecimento global.
"No total, este programa custará três mil milhões e meio de Euros", disse, em Berlim, o secretário de Estado do Ambiente, Michael Mueller.
Um dos objectivos centrais incluídos no programa é duplicar o recurso às energias renováveis, até 2020, para que estas representem entre 25 a 30 por cento do total, o que representará um encargo de dois mil milhões de Euros.
Outra das metas prende-se com a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) provenientes do aquecimento dos edifícios, onerando os respectivos proprietários em cerca de 700 milhões de Euros.
Quanto aos milhões de automobilistas que circulam na Alemanha verão aumentado o imposto de circulação dos veículos, em função de novos cálculos que se centrarão mais na respectiva cilindrada e na poluição que causam.
Várias associações ambientalistas criticaram o programa energético aprovado pelo governo, com 29 pontos, que consideraram "insuficiente". Mas, a indústria alemã, apoiou a iniciativa, mas exigiu, simultaneamente, que se calculem os custos em função dos benefícios, voltando a protestar contra o encerramento gradual das centrais nucleares inscrito no programa do executivo conservador de Angela Merkel.
Para o ministro do Ambiente, Sigmar Gabriel, o programa apresentado é "único a nível mundial" e "um sinal" do governo alemão em direcção à Conferência das Naçöes Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Bali.

Se ainda não acreditavam que o mercado do carbono se aproxima cada vez mais do mercado de capitais esta semana ficámos a conhecer a iniciativa de um Banco de Investimentos:
O Barclays Capital lançou o primeiro índice global de emissões de carbono, considerando este um mercado com potencial para se tornar num dos mais importantes no segmento das 'commodities', de acordo com a nota divulgada pelo banco de investimento.
Este índice é constituído, numa primeira fase, "pela combinação de dois sub-índices que seguem o desempenho dos créditos de carbono associados ao sistema de comércio de emissões da União Europeia ('EU Allowances') e ao mecanismo de desenvolvimento limpo de Quioto ('Certified Emission Reductions').
Posteriormente "irá incorporar novos sistemas à medida que estes forem aplicados por todo o mundo", refere o Barclays Capital.
O banco de investimento justifica esta aposta considerando que "o mercado das emissões de carbono tem potencial para se tornar num dos maiores e mais importantes mercados de commodities".