O antigo vice-presidente americano Al Gore, que nesta segunda-feira recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o IPCC, pediu que os Estados Unidos e a China parem de se acusar e assumam sua responsabilidade para com o planeta, que "está febril".
Os dois países (EUA e China) "deverão realizar gestos mais audazes, caso não queiram ser julgados pela História por sua falta de iniciativa", avisou o autor de “uma verdade inconveniente”.
Na cerimónia Al Gore disse que "chegou a hora de fazer as pazes com o nosso planeta". Depois de Olso, Gore irá a Bali para pedir medidas fortes, em particular um novo tratado sobre o clima que, pede Al Gore, deveria entrar em vigor a partir de 2010, dois anos antes do previsto, ou a instauração de um imposto sobre as emissões de carbono.
"Temos tudo que precisamos para pôr a mão na massa, exceto, talvez, vontade política, ainda que vontade política seja uma energia renovável", concluiu Gore.
EUA E CHINA
A China, por sua vez, justifica sua atitude por considerar as mudanças climáticas responsabilidade histórica dos países industrializados, e por isso tem o direito de poder desenvolver o seu tecido industrial.
DUPLO NOBEL
O presidente do comité Nobel, Ole Mjoes, destacou o carácter particular do prémio deste ano.
"O comité Nobel norueguês raramente aumenta o tom, mas há muito tempo não tem estado tão preocupado com questões tão fundamentais como as deste ano", destacou.
Já o indiano Rajendra Pachauri, presidente do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), que reúne cerca de 3.000 especialistas coordenados pela ONU, detalhou os efeitos catastróficos da mudança climática, "a ameaça de dramáticas migrações de populações, conflitos, guerras por água e outros recursos".
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